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Diretrizes para uma vida plena

  • Daniela Frantz
  • 20 de nov. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 7 de fev.

Saiba como a terapia pode ajudar você a ter uma vida mais satisfatória e abundante



Uma escritora que gosto muito pela sua capacidade de expressar com clareza nossos sentimentos, emoções e dificuldades é a norte-americana Brené Brown. Talvez você já tenha lido seus livros ou visto alguma palestra dela disponível na Netflix e no canal TED no Youtube. Brené é uma pesquisadora com extenso e riquíssimo material recolhido em anos de pesquisa com inúmeras pessoas. Seu foco principal de pesquisa tem sido entender os processos de vergonha, crenças sobre não nos sentirmos dignos ou bons o suficiente, medos, e sobre como funciona a vulnerabilidade e a ousadia para sermos quem somos. Percebendo e estudando a tendência que os seres humanos tem em se definir como imperfeitos, incapazes, insatisfeitos, em falta, com pouca valorização pessoal, pouca compaixão e pertencimento, ela acabou deparando-se também com pessoas que conseguiam manejar seu dia-a-dia e seu mundo interno de modo a sentirem-se suficientemente plenas, felizes e satisfeitas. O contato com essas pessoas a fez investigar quais aspectos eram comuns entre as "pessoas plenas" e suas descobertas foram escritas no livro A Arte da Imperfeição, publicado em 2020 pela Editora Sextante. Neste estudo ela aborda quais aspectos uma pessoa plena se esforça para cultivar e quais se esforça para se libertar, definindo diretrizes fundamentais para a possibilidade de viver uma vida mais plena. Sugiro fortemente a leitura. De acordo com Brené,


uma pessoa plena segue as seguintes diretrizes:


1. Cultiva a autenticidade; se liberta do que os outros pensam.

2. Cultiva a autocompaixão; se liberta do perfeccionismo.

3. Cultiva um espírito flexível; se liberta do entorpecimento e da impotência.

4. Cultiva gratidão e alegria; se liberta do sentimento de escassez e do medo do desconhecido.

5. Cultiva intuição e fé confiante; se liberta da necessidade de certezas.

6. Cultiva a criatividade; se liberta da comparação.

7. Cultiva o lazer e o descanso; se liberta da crença de que exaustão é símbolo de status e produtividade é sinônimo de valor pessoal.

8. Cultiva a calma e a quietude; se liberta da ansiedade como estilo de vida.

9. Cultiva o trabalho significativo; se liberta da insegurança e do que se espera de você.

10. Cultiva risadas, música e dança; se liberta da indiferença e de estar sempre no controle.


De acordo com ela, "viver plenamente quer dizer abraçar a vida a partir de um sentimento de amor-próprio. Isso significa cultivar coragem, compaixão e vínculos suficientes para acordar de manhã e pensar: "Não importa o que eu fizer hoje ou o que eu deixar de fazer, eu tenho meu valor". E ir para a cama à noite e dizer: "Sim, eu sou imperfeito, vulnerável e às vezes tenho medo, mas isso não muda a verdade de que também sou corajoso e merecedor de amor e aceitação". (do livro A Coragem de Ser Imperfeito, 2016, p.13)


Penso que essas diretrizes dizem muito a respeito do que pode vir a ser um valioso processo psicoterapêutico. Viver plenamente é uma construção contínua e dentro da terapia esse objetivo maior pode se tornar um norte amplo, um farol alto a nos guiar. Nessa caminhada vamos acessando a experiência pessoal vivida para entender o que impede cada um de expressar sua autenticidade, de se movimentar como gostaria: os boicotes, as crenças, as críticas, as submissões que ocorrem quando traímos a nós mesmos, quando abrimos mão do nosso poder pessoal e dignidade. Vamos também reconhecer as dores, o medo, a vergonha, o desamparo e tudo mais que estiver tolhendo a liberdade, a espontaneidade, assim como vamos ao mesmo tempo reconhecendo e sentindo se definir melhores escolhas sobre o que cultivar, deixar crescer e florescer, nutrindo a alegria de ser, de pertencer, de criar, de se divertir e usufruir a vida. Em terapia, esses processos que fazem parte da jornada de autoconhecimento, ocorrem com amparo e condução profissional, o que auxilia significativamente a trajetória. Independentemente dos sintomas ou do diagnóstico que cada um possa apresentar, essas diretrizes são fundamentais para todos que buscam um significado maior em suas vidas, para todos que desejam uma vida interessante.



 
 
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